tag:blogger.com,1999:blog-32078062493121332292024-03-07T20:28:02.392-08:00GangaZumbaBotafogoGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.comBlogger62125truetag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-78447377742842869392010-10-03T17:14:00.000-07:002010-10-03T17:39:31.382-07:00NÓS, OS MISERÁVEIS - PoemaSomos um grande contigente
<br />Mendigos, bandidos, pigentes
<br />O mundo não se orgulha da gente
<br />Mesmo assim sonhamos com vitórias
<br />Na luta contra a caça predatória
<br />
<br />Não imploramos a elite
<br />Nenhuma ajuda aleatória
<br />Mas já cansamos de viver
<br />A mesma versão da mesma história
<br />Ver a gente da gente
<br />Implorando pelo pão
<br />Sentir o sangue da gente
<br />Em permanente ebolição
<br />Chorar o sangue da gente
<br />Derramado pelo chão
<br />
<br />Somos mártires
<br />Porque mártir também é quem parti
<br />Sem querer partir
<br />Sentir vontade de chorar
<br />Mas ter que sorrir
<br />
<br />Sabemos que somos seres sobresalentes
<br />Doentes, dependentes, mas intransigentes
<br />Vistos como alienígenas,alienados, diferentes
<br />E que sempre haverá regentes
<br />Tentando ditar nossos rumos
<br />Espremer nosso suor
<br />Sugar nosso sumo
<br />
<br />Sabemos que somos carentes
<br />Explorados, mas sobreviventes
<br />Disputamos os melhores lugares entre os indigentes
<br />Para com nossos tutores mais exigentes
<br />Somos intransigentes
<br />E inteligente o suficiente
<br />Para saber
<br />Que eles pensam
<br />Que a gente não é gente
<br />GangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-42378506950369635832010-10-03T16:46:00.000-07:002010-10-03T17:04:53.090-07:00RASTROS DE RÉPTEIS - PoemaCertamente
<br />A serpente não é falsa como a gente
<br />Não quer comer a gente
<br />Não quer matar a gente
<br />Apesar do azar de quem cobra
<br />A lealdade das cobras
<br />Mas ter ou não ter
<br />Eis a razão que se inverte
<br />Confundindo os répteis
<br />Que se amam e se repelem
<br />
<br />Aquilo pode ser um crocodilo
<br />Num disfarce de esquilo
<br />Tudo é fruto da ciência, da eficiência
<br />Da luta pela sobrevivência
<br />Pior para quem não vê
<br />Que ser ou não ser
<br />Eis a questão que não nos compete
<br />Muito menos aos répteis
<br />Que se desnudam e se vestem
<br />
<br />Jamais pode ser esquecido
<br />O latido é o choro do cachorro
<br />E de quem mais fizer côro
<br />Dias ímpares, dias pares
<br />Mesmas pessoas, cadáveres, lugares
<br />Ver ou não ver
<br />Eis a visão que nos remetem
<br />Identificando os répteis
<br />Que nos ofuscam e nos refletem
<br />
<br />A multidão apressada
<br />Lembra a solidão das manadas
<br />Bandos que caminham para o nada
<br />Lágrimas calcificadas, almas crucificadas
<br />Vários horários, mil compromissos, sacros salários
<br />Querer ou não querer
<br />Eis as interrogações a que nos submetem
<br />Dialogando como os répteis
<br />Num dialeto sem intérpretesGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-76976594332363042702010-10-03T15:58:00.000-07:002010-10-03T16:21:39.937-07:00NAS ASAS DO VENTO - PoemaO céu batiza com águas sagradas
<br />Pedras cativas
<br />Paradas
<br />Moinhos fantasmas inventam redomoinhos
<br />E a brisa alisa
<br />Verdejantes relvas do caminho
<br />
<br />As matas dançam
<br />Um vento constituído de tecido invisível
<br />Me alcança
<br />Balança e arrasta
<br />Meu corpo leve
<br />Num vôo breve
<br />De sonhos
<br />Que disperta num paraíso paradisíaco
<br />Um tanto quanto perdido
<br />
<br />Belas mulheres despem sudários de sêda
<br />E vestem frias estátuas
<br />Estáticas guardiãs do cotidiano
<br />Segredos lacram a minha boca
<br />Aprisionando palavras soltas, fugitivas
<br />Disparando o coração
<br />Carregado de emoções explosivas
<br />
<br />O vento é cigano
<br />Devasta terras
<br />Move oceanos
<br />Vence guerras
<br />Armado de raios e trovões
<br />Furacões abalam prédios concretos
<br />As janelas sentem o impacto
<br />De certos objetos abstratos
<br />Que orquestram a dança das cortinas
<br />E faz a festa com as saias das meninas
<br />
<br />Velas e colheres descançam
<br />Na solidão dos armários
<br />E na exposição das mesas
<br />Catiçais, porcelanas estilhaçadas
<br />Enfeitam toalhas avessas
<br />E o medo cala a minha boca
<br />De palavras ocas e gengivas
<br />E escancara o coração
<br />Libertando aflição e ogivasGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-9990554897420798412010-10-03T15:26:00.000-07:002010-10-03T15:50:18.378-07:00SANGUE - Poema - ContinuaçãoAs nuvens eram vermelhas
<br />As chuvas eram de SANGUE
<br />As valas, os pântanos, os mangues
<br />Também eram de SANGUE
<br />A tristeza ía e vinha
<br />Como um bumerangue
<br />Distribuindo SANGUE
<br />
<br />Tudo era SANGUE
<br />
<br />O sol vermelho ardia
<br />O mar refletia
<br />Como um imenso espelho
<br />Vermelho de SANGUE
<br />Os filmes de bang-bang
<br />Não eram nada
<br />Nessa escalada de SANGUE
<br />
<br />Tudo era plasma
<br />Vermelhidão de fantasmas
<br />Que vagavam pelas casas
<br />Mas as casas ardiam em brasas
<br />As paredes, as janelas, as telhas
<br />Eram todas vermelhas
<br />
<br />De sangue eram as cachoeiras com suas cascatas
<br />Despejando cabeleiras abruptas
<br />Regando florestas e matas
<br />Verdejantemente rubras
<br />
<br />As praias, os rios, os lagos
<br />Também eram de SANGUE
<br />Tudo lembrava morte
<br />Seja no sul
<br />Ou no extremo do norte
<br />Nada era azul
<br />Tudo era vermelho
<br />Tudo era SANGUE
<br />
<br />Mas quando tudo parecia o fim
<br />Olhei para dentro de mim
<br />E descubri
<br />Que o meu interior
<br />Era repleto de amor
<br />Havia belos animais, sorrisos de crianças
<br />Um diversificado jardim com lindas flores
<br />Tudo coberto por um grande aro-iris
<br />Com mais de mil coresGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-33815870288368157062010-10-03T15:19:00.000-07:002010-10-03T15:24:45.173-07:00SANGUE - PoemaApós um apurado exame<br />Via-se ao longe<br />Um enxame de abelhas<br />Todas vermelhas<br />Assim como vermelhas<br />Eram as gotas de moscas<br />Como um aluvião na imensidão<br />Numa sinistra chuva<br />De sangue<br /><br />Eu tinha os olhos abertos<br />Mas diante de mim tudo era deserto<br />E como num pesadelo<br />Tudo era vermelhoGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-83729941275312780952010-08-22T10:12:00.000-07:002010-08-22T10:20:01.673-07:00JARDIM DO ÉDEN (Não Há Mais Nada Aqui) - POEMAQuando a natureza morta<br />Envolve tudo a sua volta<br />Voce vê flores sem cores<br />Mastiga pétalas de rosas<br />Acha gostosas<br />Depois vomita sangue no jardim<br />Admira as moscas varejeiras<br />Que beijam a sua roseira<br />Até descubrir<br />Que não existem mais colibris<br /><br />Quando a natureza morta<br />Acusa as suas botas<br />Voce vê arco-iris sem cores<br />Devora talos de cravos<br />Para não se sentir escravo<br />Vassalo no seu jardim<br />Caminha sobre os espinhos<br />Como se fosse um faquir<br />Até deduzir<br />Que o Éden não é mais aquiGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-23666278236038745282010-08-22T09:57:00.000-07:002010-08-22T10:08:03.932-07:00Galerias Subterrâneas - POEMAMesmo cego de ciumes<br />Mantenho o estranho costume<br />De mirar e atirar facas de dois gumes<br />Para discernir<br />O olhar que teve a calma<br />De vislumbrar o meu sudário<br />Rasgado<br />E sujo de alma<br /><br />Quando fui condenado, algemado, excrachado<br />Acendi uma vela<br />Para poder iluminar minhas vielas<br />Antes que as câmeras mostrassem<br />Em instantes instantâneos<br />Os abismos de sombras<br />E os labirintos de meu cotidiano<br /><br />Mas enfim os canhões deram salvas<br />E eu, ingenuamente achei<br />Que a minha reputação estava salva<br />Porém, de repente eu vi<br />Que já fazia parte da capela<br />Aquele velho cravo<br />Que eu sempre usava na lapelaGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-5174402109115639122010-08-22T09:40:00.000-07:002010-08-22T09:54:36.184-07:00Esquinas Suburbanas - POEMANuma esquina suburbana jaz<br />Mais "Restos Motais" da raça humana<br />Sacrificados sem socorro nem ajuda<br />Como Judas<br />Na sombra de um poste sem luz<br />Como a cruz de Jesus<br />A violência latente<br />Silencia os ultimos sobreviventes<br /><br />As esquinasnão são mais pontos parágrafos<br />São palcos de desfiles pornográficos<br />Onde brilham velas vacilantes<br />Nas encruzilhadas sem semáfaros<br />A todo instante<br />Gangs sujam de sangue as calçadas<br />E decretam o fim dos botequins<br />Onde os bêbados eram todos poliglotas<br />Contadores e inventores de anedotas<br /><br />As esquinas hoje são pontos de encontros<br />Dos vadios e dos bandos de malandros<br />Corsários do cotidiano<br />É por onde passam os otários suburbanos<br />Com seus trajes de gala<br />Que são coletes a prova de bala<br />E o tragicamente típico<br />Que é cada um calar seu bico<br /><br />Durante a noite<br />As esquinas apresentam um mistério<br />Que aumenta a população dos cemitérios<br />É onde normalmente surgem corpos<br />Ou qualquer outro sinônimo<br />Para mortos anônimos<br />Que só trazem como marcas<br />O furo das balas das matracasGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-31151782100097033352010-08-22T09:39:00.001-07:002010-08-22T09:39:30.002-07:00Esquinas SuburbanasGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-17161459549496280012010-08-22T09:19:00.000-07:002010-08-22T09:30:26.190-07:00TERRA DE CEGO - POEMAFazendo vistas grossas enxerguei<br />E com dois olhos me fiz rei<br />Em terra de cego<br />Meus súditos repudiavam os meus atos<br />Mesmo assim eu reinava sublime<br />Como um goleador que salva o time<br /><br />Com óculos e bengala que roubei<br />Tateando me fiz rei<br />Em terra de cego<br />No fundo não compensava tanto sacrifício<br />Enxergar a escuridão<br />Sem intertícios<br /><br />Como tirano me perpetuei<br />E mesmo sem trono me fiz rei<br />Em terra de cego<br />Eu lavava minhas mãos como Pilatos<br />E tropeçava sublime<br />Como um gladiador que não se redime<br /><br />Continuei fora da lei<br />Bem próximo ao que me fez rei<br />Em terra de cego<br />Sem dentes eu roía os ossos do ofício<br />Naturalmente temendo o regicícioGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-47087495545379769412010-08-15T11:05:00.000-07:002010-08-15T12:19:53.182-07:00ESGOTOS - PoemaOs esgostos são sinistros<br />Não estão aí para serem vistos<br />Tampas de esgotos são como grades de prisões<br />Entrar em esgotos é como cair em alçapões<br />Não é dificil alcançar as profundezas<br />Atingir fins e abismos através de suasa trilhas<br />Mas devido aos perigos e certas incertezas<br />Ninguem imagina um turismo<br />Por entre os lodos escrotos que enfeitam as manilhas<br />Mas existe algo de fantástico<br />Um certo sabor de aventura<br />Travessuras de garotos marotos<br />Que nem sentem o mau cheiro e não ouvem os arrotos<br />Que brotam dos canos dos esgotos<br /><br />Os esgotos são esquesitos<br />Vielas de canos infinitos<br />O interior dos esgotos é uma grande confusão<br />Entrar pelos esgotos é como invadir uma nação<br />Iniciar uma dura peregrinação<br />Levando surras e sofrendo humilhações<br />Em prolongados estupros anais, desgostos<br />Algo a ver com os azares de agosto<br />Convivendo com ratazanas e outros czares dos esgotos<br />Descubrindo nas fossas de merda das cidades<br />As ambiguidades de nossas personalidades<br />Mas ao se lançar com a ousadia dos pilotos<br />Voce pode se chocar no fundo das galerias escuras<br />E ter que enfrentar as criaturas dos esgostos<br /><br />Os esgotos são malditos<br />Absolvem o sangue escondido dos delitos<br />Quem olha os esgotos sente canceira na visão<br />Pisar descalço em esgotos é uma uma estranha sensação<br />Mas não se preocupe em fazer um relato<br />Os muitos dialetos dos esgotos não tem nenhuma tradução<br />Apenas tome cuidado com as chuvas que inundam os esgotos<br />Todos sabem que os esgotos são escrotos<br />Ignore os fatos, lendas de esgotos não tem tradição<br />Mas evite entrar pelas curvas que circundam os esgotos<br />E não deixe seus sapatos em posição como os que apodrecem nos esgotos<br />Para não despertar os ratos e os seres nefastos<br />Os exércitos dos esgotos querem uma revolução<br /><br />Esgotos são como os conflitos<br />Que abafam gritos dentro de peitos aflitos<br />Para entrar nos esgotos não há qualquer proibição<br />Mas para sair dos esgostos há que se cumprir uma missão<br />Deixe toda a sua inibição com seus objetos de estimação<br />Ao assumir o seu posto<br />E lutar contra os insetos e outros estranhos objetos<br />Que se escondem nos esgotos<br />Mas esgostos não são nada<br />São apenas crateras nuas entre ruas e calçadas<br />Porém, há crianças nos esgotos lutando pela sobrevivência<br />Há liderança nos esgotos que querem sobreviver<br />Lutam para sobrevivência e pela independência<br />Temos que traduzir esta agonia, a miséria<br />Cada vez mais séria no nosso dia-a-dia<br />Já que não dá para explodir todas as galerias<br />Apagar essa agonia, amargura, desgosto<br />O surrealismo estampado no rosto<br />Das criaturas de nossos esgotos <br /><br />sGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-6859954678189149962010-08-01T10:03:00.000-07:002010-08-01T10:16:02.265-07:00SOLIDÃO SILENCIOSA - POEMASou um eterno apaixonado<br />Penso em voce<br />E vou de encontro ao meu passado<br />Emocionado como num jogo<br />Na hora de um gol do Botafogo<br /><br /> A noite está misteriosa<br /> Crua<br /> (Sua silhueta era tão indecorosa)<br /> Esapero que minhas memóras não falhem<br /> Apagando pequenos detalhes<br /> Da nossa longa história<br /><br />Estou só<br />E à solidão ninguem se adapta<br />A solidão maltrata<br />O pensamento inventa punhais de prata<br />A solidão mata<br /><br /> A noite está silenciosa<br /> Nua<br /> (Sua buceta era tão saborosa)<br /> Sinto que estou exitado<br /> E tentando inutilmente<br /> Materializar meu presente no passadoGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-3192940239431433902010-08-01T07:42:00.000-07:002010-08-01T08:46:27.423-07:00NIETZCHE E A CULTURA ESCRAVA - CONTINUAÇÃOPara Nietzche, o grego não tinha apenas um conceito para bem e mal, ruim e bom; tinha dois, dependendo do ponto de vista da classe que usava. Quem primeiro definiu a palavra foi o senhor, o escravo definia o que era justo ou injusto apenas num segundo momento. Logo o senhor é o dono é da palavra e da linguagem, o escravo primeiro tem que ter conhecimento de algo que nasceu do senhor para se posicionar sobre bem e mal, justo e injusto<br /> Ser senhor é ter poder de se aproximar da linguagem. O senhor é quem diz sim, o escravo diz não; ele deixa de ser escravo e passa a ser senhor, não quando muda a sua classe social, mas quando se apropria da linguagem e deixa de dizer "não"(não a injustiça, não aos maus tratos etc...)<br /> O homem moderno é atrofiado em relação à ação e à criação, recebe uma grande quantidade de informação que não consegue digerir. Na nossa cultura a tendência é o indivíduo negar seus valores ao invés de afirmar, ele não cria seus valores, não cria dianteira nem vanguarda.<br /> Os valores para Nietzche são criados de acordo com certas necessidades, depois se sedimentam e aparecem como valores eternos. O fato de o escravo ter que produzir para o senhor alimentou todo um ódio, todo um ressentimento que gerou a rebelião dos escravos da moral que começou quando começou quando este começou a produzir os valores gerados do ódio que tinham e se desenvolvia ao contentar-se com uma vingança imaginária <br /> Já o senhor revidava o seu ódio, revidava duelando, sendo assim, o senhor geralmente morria novo.Nesse sentido, o escravo passa a ser mais sábio que o senhor, que por ser tão arrogante passa a ser igualmente ingênuo, enquanto o escravo desenvolve a memória, porque jamais esquece o que sofreu e, nesse caso, passa a ser mais estrategista que o senhor.<br /> O senhor é um tipo condenado ao desaparecimento, ele sempre necessita do espelho de um outro senhor para se reconhecer<br /> Ao lado desses dois tipos, Nietzche aponta um terceiro tipo, que seria o tipo "sacerdote"; sacerdote não no sentido religioso da palavra, mas como aquele que atua consolando, e obviamente aliviando o sofrimento. A espiritualização não é fruto do senhor, mas do escravo, que é consolado pelo sacerdote.<br /> A classe sacerdotal e a classe aristocrática e guerreira do senhor tendem a invejar-se mutuamente. Os senhores são robustos, livres e alegres, entretanto, os sacerdotes são inimi8gos mais malignos porque são impotentes, e a impotência faz crescer neles um ódio monstruoso, sinistro, intelectual e venenoso.<br /> O tipo senhor luta até morrer, joga com a própria vida para se manter senhor, ao ser derrotado, ou morre ou se torna escravo. O tipo sacerdote surge para alivar o rancor daqueles que tem que segurar o revide; e do tipo escravo recebemos o legado da cultura e dos valores. Essa origem se repete através dos tempos na medida em que está escrita no caráter funesto da humanidade.<br /> O cristianismo, espinha dorsal da civilização ocidental é,segundo Nietzche, o escravo no poder, a vitória do escravo sobre o senhor. A cultura judaico-cristã é uma cultura de escravos. Para ele, o burgues do século XIX, o capitalista, não é senhor, é um escravo bem sucedido.GangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-19998630969985005382010-08-01T06:47:00.000-07:002010-08-01T07:41:36.465-07:00NIETZCHE E A CULTURA ESCRAVAA Grécia é o berço da civilização ocidental, e os poemas de Homero a matriz cultural dessa civilização. No entanto, para o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzche(l844-1900) a origem de nossa cultura e de nossos valores é uma origem baixa, uma vez que a nossa cultura não é uma cultura do senhor, mas, uma cultura do escravo. Ele entende que, no que seria a origem de nossa cultura existia posições antagônicas, uma certa dialética entre o senhor e o escravo.<br /> Segundo Nietzche, os aristocratas caracterizavam-se pela boa musculatura, pela saude florescente, o que para isso contribui as guerras, a caça, a dança, os jogos, os exercícios físicos e tudo que implica uma atividade robusta, livre e alegre. Toda moral aristocrática nasceu de uma triunfante afirmação de si mesma. Já a moral dos escravos desevolveu-se opondo-se, implantando um "não" a tudo que era seu.<br /> Nietzche entende que o senhor é uma força de opressão, sendo assim, o escravo designa como mau tudo que o senhor acha que é bom. Todo mau é atribuido ao escravo, já o senhor é visto como algo saudável e bom; o escravo não pode deixar de considerar a presença do senhor, porque ele está lá, oprimindo, já o senhor pode ignorar o escravo.<br /> " A rebelião escrava na moral começa quando o próprio ressentimento se torna criador e gera valores: o ressentimento dos seres aos quais é negada a verdadeira reação, a dos atos, e que apenas por vingança obtém reparação - Nietzche - A Genealogia da Moral-pp 28-29"<br /> O senhor é antes de tudo senhor de si mesmo, fala na primeira pessoa, e, ser senhor de si, é vencer em si a qualidade de ser senhor ou escravo e,é o momento em que se torna senhor, não quando se pássa para uma classe dominante, mas quando passa a agir.<br /> Na luta pela sobrevivência o mais frágil é capaz de reagir e o reagir depende do golpe do senhor. o agir não. O senhor age.<br /> "O homem do ressentimento não é franco, nem ingênuo, nem honesto e reto consigo. Sua alma olha de través, ele ama os refúgios, os subterfúgios, os caminhos ocultos, tudo escondido lhe agrada como seu mundo, sua segurança, seu bálsamo; ele entende do silêncio, do não esquecimento, da espera, do momentâneo apequnamento e da humilhação própria - Nietzche - A Genealogia da Moral - pp 30"<br /> Baseando-se na dialética, de que segundo Nietzche, há um tipo senhor e um tipo escravo, entende-se que o senhor é o mestre e tem capacidade de responder, revidar todas as injustiças que lhe são feitas, mas em relação ao escravo, as injustiças tendem a canalizar uma raiva, gerar um ressentimento, um ódio pelo fato de ele não poder revidar uma ofensa. Todavia, segundo Nietzche, a cultura escrava sobrevive, visto que aprende a duras penas transformar essa raiva em algo que consegue elaborar, protelar e se transformar num ser mais arguto e mais inteligente(Pensa para sobreviver). CONTINUAGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-45118702539125359262010-07-31T16:13:00.000-07:002010-07-31T16:36:27.903-07:00Cidade Nua - Parte 2 - POEMAA lua reflete nos canivetes<br />Que rasga o que resta das vestes<br />Da cidade nua<br />A noite escura parece uma pintura surrealista<br />Nas ruas criaturas indecisas se esbarram<br />E se procuram como turistas<br />Desconfiança, insegurança, a aprenção é intensa<br />Afinal poucos são os que pensam<br />Que o crime não compensa<br /><br />A cidade vai e vem<br />Com as freadas dos ônibus e o balanço dos trens<br />Os sinistros estão aí para serem vistos<br />Sempre que voce chegar em casa<br />Veja se seu vizinho teve a mesma sorte<br />Ou se a morte o interceptou pelo caminho<br /><br />Milhões de balas perdidas<br />Procuram insistentemente a sua vida<br />Falta de higiene, epidemias, malícias<br />Sons de sirenes assustando a polícia<br />Todo cidadão parece um verme<br />Seja lá qual for a cor da epiderme<br /><br />Na cidade veloz<br />Carros derrapam em sangue e escarros<br />E investem contra nós com seus holofotes-faróis<br />A morte sobe cega o meio-fio<br />A próxima vítima pode ser o seu filho<br /><br />Tudo é tão feio, infecto, frio<br />O mau cheiro escapa das grades dos bueiros<br />Ou exala dos cadaveres jogados nos terrenos baldios<br />Para aumentar o medo e alimentar o calafrio<br />Assaltantes gratuitos provocam curto-circuits nos fios<br /><br />A penumbra envolve os destinos<br />E os meninos abandonados que são adotados pelo vício<br />Enquanto mendigos famintos<br />Devoram os ossos do ofício<br /><br />Diga não a essas sacanagens<br />Tente ser diferente<br />Ou masturbe-se<br />E possua a cidade nuaGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-84361132952213406632010-07-31T15:50:00.000-07:002010-07-31T16:11:25.719-07:00Cidade Nua - Parte 1 - POEMAA cidade é uma grande roleta<br />Que espalha neons cor violeta<br />E enfeita o calderão borbulhante<br />De doenças, neuroses e desavenças<br />Numa agitação alucinante<br />A população caminha tensa<br /><br />Nas praças, nas ruas, nos largos<br />Mulheres sem graça riem de homens amargos<br />Os corações estão partidos<br />A solidão nunca hiberna<br />Todos parecem perdidos<br />Em suas ilusões eternas<br /><br />A morte passou pela esquina<br />E levou com ela mais uma menina<br />Pessoas caladas comentam<br />__ A cidade é tão violenta<br />A desgraça está exposta<br />Para graça e deleite de quem gosta<br /><br />O duro cotidiano torna utópico qualquer plano<br />Para amenizar as neuroses do cotidiano<br />As pessoas procuram nos bares e nas drogas<br />Over-dose de falsa felicidade<br />E embrigados de vida seguem avenidas coloridas<br /><br />Mas todos os caminhos levam às trevas<br />Onde todas as retas são curvas<br />Vagam as almas penadas<br />Todas as metas são turvas<br />E sacam armas pesadas<br /><br />Horda de selvagens invadem<br />Perpetuando velhas e inventando novas mutretas<br />Os covardes aplaudem<br />Para manter o status e etiquetar a etiqueta<br /><br />Tire suas mãos dessa engrenagem<br />Tente não ser conivente<br />Perturbe-se<br />Ou engula a cidade cruaGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-75771732511726152052010-07-25T15:41:00.000-07:002010-07-25T16:47:19.777-07:00POESIA MORTA - PoemaMinha poesia<br />É calcada em palavras amargas<br />Frases malucas<br />Temperadas com muito sal<br />Pouco açucar<br />Mas tem um toque de magia<br />Que provoca risos nas tragédias<br />Derrama lágrimas em comédias<br />E até seria cômica<br />Se não fosse tão trágica<br /><br /> Minha poesia privilegia os vigaristas<br /> Vagabundos, cafetões, transformistas<br /> Conformistas e os ativistas que fazem greve<br /> Seguindo os que não sabem<br /> O que querem e pra que serve <br /><br />Minha poesia<br />Não ambiciona invadir a mídia<br />Com propostas polêmicas<br />Nem seduzir intelectuais da classe média<br />Com teorias acadêmicas<br />Meus versos tétricos, cafonas<br />Tem muito mais a ver com o universo<br />Que envolve as donas de casa<br />Que passam os dias em casa sózinhas<br />Como os eletrodomésticos das cozinhas<br /><br /> Minha poesia é abrangente e restrita<br /> Repelente e bonita<br /> Do repente é infinita<br /> Minha poesia é leiga e erudita<br /> Um pouco sagrada, muito maldita<br /><br />Minha poesia<br />Está distante como amantes de caixeiros-viajantes<br />A todo instante a emoção dispara misseis<br />E nos tempos difíceis me envolve em fantasias e fetiches<br />As imagens são transparentes e escuras<br />As vezes meiga, as vezes bruta, as vezes leiga, as vezes culta<br />Um pouco intelectual e muito burra<br />Mesmo quando é legal, insulta<br />Minha poesia é um fruto podre da contra-cultura<br />Meros lampejos de lucidez nos meus relampejos dse loucura<br /><br /> Minha poesia se inspira<br /> Em donzelas banguelas<br /> Belas que desfilam nas vielas<br /> Sonhando que um dia serão aquelas<br /> Que sairam dos guetos das favelas<br /><br />Minha poesia<br />É para os notívagos que não amam a lua<br />Também para os mendigos que apenas andam pelas ruas<br />Mas também serve para os otários<br />Bêbados, putas, viados, operários<br />Quem sabe também para estelionatários, malandros, presidiários<br />Minha poesia nasceu como uma apologia aos solitários<br />Reacionários sem escrupulos<br />Nasceu também para certos seres clandestinos que vagam sem destino<br />E somem após o crepúsculo<br /><br />Minha poesia<br />É para as mulheres, os negros, os índios<br />E algumas outras minorias<br />É feita para ser declamada nas zonas<br />E em outras áreas de baixo meretrício<br />Louvada por meretrizes infelizes<br />Numa ode aos boêmios, aos ousados<br />Aos cafetões, gigolôs, sapatões, depravados <br />Quem sabe para algumas lésbicas domésticas, sodomizadas prostitutas<br />Todos e toas que tem disposição de ir a luta<br /><br />Minha poesia<br />É para os invisíveis, os despresíveis<br />Os seres fracos, chatos, inconvenientes, opacos<br />Meche com aquelas donzelas apaixonadas<br />Que apenas num olhar ficam meladas<br />Mas não serve para dar roupa a descamisados<br />Muito menos pão a esfamiados<br />Não faz graça para os que remoem a desgraça<br />Sentados nos bancos das praças<br />Devorando jornais como traças<br /><br /> Minha poesia são trevas<br /> Abismos, sombras, cavernas<br /> Ístimos, bombas, tavernas<br /> Mas insiste em esquentar o frio do seu coração<br /> Enquanto sua alama hibernaGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-29491276413178865882010-07-25T15:24:00.000-07:002010-07-25T15:40:12.912-07:00POESIA VIVA - PoemaEscrever poesia<br />É viver<br />Devaniando eternas fantasias<br />Eu escrevo<br />Para coordenar meus desgovernos<br /><br />Escrevo poesia<br />Por inspiração e teimosia<br />Através da poesia<br />Externo ideologias<br />E confesso hipocrisias<br /><br />O poeta garimpa poesia<br />Na rotina do dia a dia<br />Poesia é terapia<br />Poesia é demais<br />Poesia é uma paz<br />A revelia de tudo<br />Escrever poesia<br />É a melhor coisa do mundo<br /><br />Escrever poesia<br />É sentir<br />Sensações estranhas de magia<br />Eu escrevo<br />Para acalmar os meus nervos<br /><br />Escrevo poesia<br />Por devoção e heresia<br />Através da poesia<br />Exporto filosofia<br />E aborto agonia<br /><br />O poeta limpa as porcarias<br />Que infectam o dia a dia<br />Poesia vicia<br />Poesia dá asas<br />Poesia ultrapassa<br />Os limites do verbo<br />Fazer poesia<br />É ultrapassar os limites do universo<br /><br />Que a inspiração<br />Venha sempre do fundo do meu coração<br />E seja sempre verdadeira<br />Revelando o que sinto<br />Mesmo quando mintoGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-61243985806876676442010-07-18T17:24:00.000-07:002010-07-18T18:22:57.354-07:00JORNADAS(Rumo a Era da Eterna Primavera) - POEMA - Parte IINão sei qual a minha missão
<br />Cansei de questionar o criador
<br />Qeimei nas fogueiras da inquisição
<br />Na busca de uma melhor explicação
<br />Pura existência, evolução e criação
<br />Devo admitir que aínda não descubri
<br />A verdadeira razão do ser e de ser humano
<br />Sinto que habito o planeta a milhões de anos
<br />E confesso que viver é fascinante
<br />O momento é formado a cada instante
<br />Tudo no mundo é muito estranho
<br />A vida confunde-se com os sonhos
<br />Durante os devaneios minha alma passeia por Atlântida
<br />E por outros continenetes submersos
<br />Depois vagueia no espaço aberto
<br />Na ânsia de disvendar certos mistérios do universo
<br />Na razão exata do ser
<br />Pode estar o sentido concreto para essa vida abstrata
<br />
<br />Não sei para onde vou
<br />Mas estou convicto que alcançarei o fim do infinito
<br />Minha vida real realiza-se nos meus sonhos
<br />E eu sempre acompanho a rota da translação
<br />E a roleta de rotação do planeta
<br />Já virei o mundo pelo avesso buscando o que desconheço
<br />E concluí que o princípio é o fim do precipício
<br />A volta ao começo leva a algo como "Adão e Eva"
<br />Antes disso nada aconteceu
<br />Tudo era sombras, breu
<br />Total escuridão, cavernas
<br />Trevas eternas e eu
<br />
<br />Minhas vidas não deixaram muitos rastros
<br />Mas lembro que sucumbi em holocaustos
<br />Quando assassinaram muita gente
<br />Também assisti grandes catástrofes que inundaram continentes
<br />Fui vítima de homicídios
<br />Renasci de infanticídios
<br />Autodestruir-me em suicídios
<br />Também chorei atrás dos muros dos presídios
<br />Delirei amarrado em camas de hospícios
<br />Mas o futuro sempre surge apagando o passado
<br />Criando rápidos presentes
<br />Meu destino é ir em frente rumo ao mundo dos astros encandescentes
<br />Mesmo quando desencarnar desta matéria seguirei nestes mesmos trilhos
<br />Através de minha forma etérea que preencherá os corpos de meus filhos
<br />Contradizendo teses, teorias, religiões
<br />E toda ciência até hoje conhecida
<br />
<br />Darei prosseguimento a vida sendo eu mesmo meus herdeiros
<br />Invadindo como um bravo guerreiro
<br />
<br />Ou marinheiro de muitas viagens
<br />Desmontando engrenagens
<br />Decifrando incógnitas
<br />Buscando respostas exatas que expliquem o sentido da vida
<br />Traduzindo fórmulas desconhecidas da matemática
<br />Decifrando mensagens ignoradas por todas as gramáticas
<br />Mas minha ambição vai muito além da via-láctea
<br />Quero tocar todas as estrelas, desbravar, colonizar outras galáxias
<br />Sempre em frente
<br />Adquirindo novas experiências
<br />Com a ciência de outras formas de vida inteligente
<br />De muitos outros sistemas solares
<br />Até alcançar finalmente a era da eterna primavera
<br />Onde floresce a semente da minha gente
<br />Regada cuidadosamente por seus tutores
<br />Observada de perto por muitos deuses criadores
<br />Que devem estar a minha espera
<br />Pois muitas vezes me procuraram pela Terra
<br />Com seus Discos Voadores
<br />
<br /> GangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-68917241311143170762010-07-18T16:53:00.000-07:002010-07-18T17:21:59.794-07:00JORNADAS (Rumo a Era da Eterna Primavera) - POEMANão sei de onde eu vim
<br />Mas sinto que tem a ver
<br />Com o princípio de tudo
<br />Minhas artérias estão umbilicalmente ligadas
<br />Ao começo do mundo
<br />O corpo é apenas um invóculo
<br />Rótulos assimilando mutações
<br />E iunfluências de muitas gerações
<br />Após várias reencarnações
<br />Meu espírito eremita, ancião
<br />Desafia a imensidão do universo
<br />Buscando infinitos diversos
<br />Mas aínda é pouco para o afã louco
<br />De quem busca motivos, sentido,lógicas
<br />E anseia muito mais
<br />Que ser um ínfimo grão de areia
<br />Na linda e infinda cadeia cósmica
<br />
<br />Não sei bem quando nasci
<br />Mas a minha forma etérea
<br />Já pairava sobre a Terra
<br />Quando essa aínda era
<br />Uma grande bola de fogo
<br />Atravessou muitas eras num interminável jogo
<br />Envolvendo todos os meus ancestrais
<br />Sou um eterno sobrevivente
<br />O passado integra-se totalmente ao meu presente
<br />Contradizendo todas as teses
<br />Assumindo corpos de ambos os sexos
<br />Recheados de sangue, feses e sentimentos complexos
<br />
<br />Não tenho certeza de quem sou
<br />Mas dividi a minha mesa com alguns faraós
<br />Que adoravam os astros e irradiavam como faróis
<br />Viajavam em naves de deuses velozes
<br />Que emitiam mensagens sem vozes
<br />Aprendi a conviver com muitas raças
<br />Que só tinham em comum as frequentes ameaças de extinção
<br />Sempre respeitei o isolamento cativo
<br />De certos seres primitivos
<br />Mas ainda não estou preparado para assistir ao vivo
<br />O apodrecimento de todo ser vivo
<br />Todo corpo humano é velho
<br />Como castelo em ruinas
<br />Vulneráveis à inexoráveis moléstias
<br />Que abatem em duelo a medicina
<br />Qual será a próxima praga?
<br />Quando virá a derradeira peste
<br />Que encerrará a saga dos humanos terrestres?
<br />
<br />
<br />GangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-972435782043859942010-07-18T16:39:00.000-07:002010-07-18T16:48:11.930-07:00LUA DESERTA (Em Memória de Cazuza) - POEMANão diga "Alô" ao telefone<br />A vida tem um codinome<br />É preciso mais que sonhar<br />Inventar um semblante calmo<br />Para enganar doenças<br />Que corropem a vida<br />E abalam a alma<br />E ser mais que um cara que corre<br />Enquanto o tempo para<br /><br />Grite "Amor" no microfone<br />A morte não tem sobrenomes<br />As vezes é preciso voar<br />Satirizar salmos<br />Para dismistificar crenças<br />Que destroem a vida<br />E abalam a calma<br />E ser mais que um cara que morre<br />Enquanto o tempo disparaGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-69979525504039905782010-07-11T16:12:00.000-07:002010-07-18T17:21:59.815-07:00Ba-Ghana, Ba-Ghana - Comentáios sobre a Copa de 2010Escrevo após ver a final entre Espanha e Holanda na Copa de 2010 realizada na África do sul. Por uma questão de parentesco e latinidade torci para a Espanha, que felizmente venceu na prorrogação por um gol a zero. Mas, para desespero dos patrulheiros ideológicos e os patriotas de plantão eu desde o inicio da competição não torci para a seleção do meu país, o Brasil, estava torcendo para todas as seleções africanas e no final quando ficou apenas a seleção de Ghana, passei a torcer ardentemente para aquele país, como se lá estivesse nascido. Explico:Desde que me entendo como gente, a sociedade, a elite e o estado brasileiro sempre fizeram questão de me lembrar que sou descendente de africanos e de escravos, ou seja, que sou um negro que vive numa sociedade dominada por uma classe senhorial branca, então, nada mais natural que num momento emblemático como este a minha negritude aflorasse. Por este motivo, quando jogou Brasil e a Costa do Marfim eu torci para a seleção do continenete aficano e fiquei abismado quando o Luiz Fabiano fez aquele gol em que levou a bola com a mão por duas vezes e o Galvão Bueno e seus colaboladores, o ex jogador Casa Grande, o ex árbitro Arnaldo Cesar Coelho e o tambem ex-jogador Junior elogiavam como o gol mais bonito da copa até então, pivilegiando o jeitinho brasileiro, deixando claro que para eles os meios(mesmo que ilícitos) justificavam o fim. É triste como brasileiro constatar que a corrupção, a desonestidade, o levar vantagem em tudo é algo cultural, introjetado nas veias e nos tentáculos de nossa sociedade. Os políticos nos refletem, nós que os elegemos. Eles são os frutos podres que caem da árvore oca e torta que representa a nossa sociedade. Se a sociedade não mudar não dá para pensar em politicos melhores. ATENÇÃO. Este ano é ano de eleições majoritárias.
<br />GangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-17793340572826716552010-07-11T15:49:00.000-07:002010-07-11T16:05:07.272-07:00ÁFRICA - Terra Mãe (POEMA)A paz reinava na aldeia<br />Quando numa noite de lua cheia<br />O homem branco chegou<br />Trazendo um esboço de trabalho<br />De muito esforço e sem salário<br />O negro então se revoltou<br /><br />O branco fazendo uso do chicote<br />Levando os negros quase a morte<br />A rebelião dominou<br />E embarcou em navios negreiros<br />Também conhecidos como Tumbeiros<br />Os negros com destino ao cativeiro<br /><br />Nos cativeiros <br />Das terras do Brasil<br />Os negros cantavam<br />Canções muito tristes<br />Sempre lembrando<br />Que a Mãe África existe<br /><br />Sempre castigados pelo açoite<br />Aqueles seres cor da noite<br />Sofriam com seus capatazes<br />Marcados e obrigados pela força bruta<br />A todo tipo de labuta<br />Até não aguntarem mais<br />Eram vnidos como mercadorias<br />Para os negros não havia noites e nem dias<br /><br />Nos cativeiros<br />Das terras do Brasil<br />Os negros cantavam<br />Canções muito tristes<br />Sempre lembrando<br />Que a Mãe África existeGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-62647539457192886492010-06-06T16:05:00.000-07:002010-06-06T16:33:25.319-07:00Lâmina de Punhal - POEMASe eu apertar no calor de minhas mãos<br />A madrepérola de um cabo frio de um punhal<br />Talvez a ira invenene o coração<br />E a consciência me ordene para o mal<br /><br />E se eu tiver que lançar uma pá de cal<br />Sobre um corpo que enfim chegou ao fim<br />Saciando a sede nas mimhas lágrimas de sal<br />E anseando a doce eternidade para mim<br /><br />Quando o pecado representa uma carga<br />A consciência é a essência mais pesada<br />Não tendo o mel que tire o fel da boca amarga<br />Quem sabe o céu aceite o réu sem cobrar nada<br /><br />Em todo mundo a maldade se alarga<br />Rios de sangue onde antes eram estradas<br />Hoje existem poucas mãos sem uma adaga<br />Porque a pena está mais fraca que a espada<br /><br />Se minha alma transluzir pela matéria<br />Vou ficar ôco como um côco sobre a mesa<br />No transe o sangue também saia das artérias<br />Rubrando a alva expressão da realeza<br /><br />E quando o aço adentrar pelo meu corpo<br />O meu sudário eu ofereço a quem me ama<br />Toda saudade que eu deixar depois de morto<br />Será eterna e passageira como a chama<br /><br />Será eterna e passageira como a chama<br />Será eterna e passageira como a chama<br />Será eterna e passageira como a chamaGangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3207806249312133229.post-59917637731755325712010-05-23T18:44:00.000-07:002010-05-23T18:59:31.010-07:00O Que Aconteceu com meus DVD'SHa 18 anos tenho um comércio de livros usados na Rua Magalhaes Couto em frente ao número 106 no Méier, como nunca trabalhei com objetos piratas, nunca havia tido problemas com instituições de segurança, até que no dia l5.04.2010 uma guarnição da Guarda Municipal comandada por um inspetor esteve na minha banca e levou 93 DVD'S dizendo que iria para a sede da G.M. em São Cristovão, eu estive lá no dia seguinte e me mandaram ir na DR-CEPIM na rua do Lavradio, lá me informaram para ir na delegacia do bairro, então eu fui na 26 e na 23 DP no Méier onde tambem não estavam. No dia 30.04.2010 estive na Ouvidoria da G.M. coversei com o ouvidor Diego que conseguiu localizar preenções anteriores epoeteriores à minha que tem o número 149895, mas não localizou a minha mercadoria, ele me pediu uma semana para descubrir o que foi feito com a minha mercadoria e faria um contato por telefone comigo e até hoje mais de um mês eu não obtive resposta. o que eu faço?GangaZumbaBotafogohttp://www.blogger.com/profile/11530590945896790110noreply@blogger.com1