Menina me dê a mão e venha na sombra
Na sombra negra do meu corpo negro
Menina há neste cálice um sangue quente
Um sangue que gerou do meu medo
Aperte meu coração com suas mãos frágeis
Mais frágil é meu coração
Insista na condição de me dar coragem
Pra navegar nesta imensidão
Menina
Menina respire fundo faça um vendaval
E leve as folhas secas deste quintal
Mas saiba que uma delas será meu corpo
Que leve irá bailando com o temporal
Acabe minha solidão com sua companhia
Assim pede o meu coração
Desista da intenção de me querer no dia
Que eu não te estender mais a mão
Menina
Menina me dê a mão e venha na noite
Na noite negra que é o meu corpo negro
Menina há neste corpo um sangue efervescente
Um sangue que ferveu com o seu desprezo
sábado, 2 de janeiro de 2010
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Este poema faz parte do trabalho intitulado "ABOLIÇÃO E OUTROS POEMAS" de 1988.
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