Não sei de onde eu vim
Mas sinto que tem a ver
Com o princípio de tudo
Minhas artérias estão umbilicalmente ligadas
Ao começo do mundo
O corpo é apenas um invóculo
Rótulos assimilando mutações
E iunfluências de muitas gerações
Após várias reencarnações
Meu espírito eremita, ancião
Desafia a imensidão do universo
Buscando infinitos diversos
Mas aínda é pouco para o afã louco
De quem busca motivos, sentido,lógicas
E anseia muito mais
Que ser um ínfimo grão de areia
Na linda e infinda cadeia cósmica
Não sei bem quando nasci
Mas a minha forma etérea
Já pairava sobre a Terra
Quando essa aínda era
Uma grande bola de fogo
Atravessou muitas eras num interminável jogo
Envolvendo todos os meus ancestrais
Sou um eterno sobrevivente
O passado integra-se totalmente ao meu presente
Contradizendo todas as teses
Assumindo corpos de ambos os sexos
Recheados de sangue, feses e sentimentos complexos
Não tenho certeza de quem sou
Mas dividi a minha mesa com alguns faraós
Que adoravam os astros e irradiavam como faróis
Viajavam em naves de deuses velozes
Que emitiam mensagens sem vozes
Aprendi a conviver com muitas raças
Que só tinham em comum as frequentes ameaças de extinção
Sempre respeitei o isolamento cativo
De certos seres primitivos
Mas ainda não estou preparado para assistir ao vivo
O apodrecimento de todo ser vivo
Todo corpo humano é velho
Como castelo em ruinas
Vulneráveis à inexoráveis moléstias
Que abatem em duelo a medicina
Qual será a próxima praga?
Quando virá a derradeira peste
Que encerrará a saga dos humanos terrestres?
domingo, 18 de julho de 2010
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