domingo, 3 de janeiro de 2010

Jazígo Perpétuo(Para Vladimir Herzog) - poema

Como dói
Ter no minúsculo vão de uma abertura
A sensação de se sentir inconsciente
E no crepúsculo ouvir todas as juras
De quem nasceu para lutar
Para viver inconfidente

Como dói
Ver que nunhuma chave abre a fechadura
Ter que morrer e não ver livre a sua gente
Padecer sem ver descer a ditadura
Sem conseguir arrebentar estas correntes

Como dói
Ver um jardim tão lindo sendo dizimado
Ver o capim navalha logo se alastrando
Ver o jasmim que deram a ti aprisionado
Mas como tu
Lutando e não se entregando

Como dói
Ver a tristeza em todas as formas de gravuras
Ver tão distante a chance de se redimir

jazigo perpétuo - Para Vladimir Herzog - POEMA

Como dói
Ter no minúsculo vão de uma abertura
A sensação de se sentir inconsciente
E no crepúsculo ouvir todas as juras
De que nasceu para lutar
Para viver inconfidente

Como dói
Ver que nenhuma chave abre a abertura
Ter que morrer e não ver livre a sua gente
Padecer sem ver descer a ditadura
Sem conseguir arrebentar
Estas correntes

Como dói
Ver um jardim tão lindo sendo dizimado
Ver o capim navalha logo se alastrando
Ver o jasmim que deram a ti aprisionado
Mas como tu
Lutando e não se entregando

Como dói
Ver a tristeza em todas as formas de gravura
Ver tão distante a forma de se redimir
Quem escreveu com sangue
Depois das torturas
"AQUI JAZ VLADIMIR"

sábado, 2 de janeiro de 2010

Divina Criatura - Poema

Tá tudo escuro
Chove em meu mundo
Preciso te ver
Mas tá tudo escuro
Só vejo muros
Onde anda voce?

Volto ao passado pra ficar ao seu lado
O agora, o presente, só me cobra os pecados
Eu custei a entender
Que amo voce

Estou em apuros
Mas eu me iludo
Voce vai me querer
Me sinto imaturo
Com medo do escuro
Voce vai me acender

Não encontro nos bares o alívio esperado
Vago pelas ruas como um pobre coitado
Vendo todo mundo só não vendo voce
Eu vendo todo mundo eu só não vendo voce

Menina Universo - Poema

Menina me dê a mão e venha na sombra
Na sombra negra do meu corpo negro
Menina há neste cálice um sangue quente
Um sangue que gerou do meu medo

Aperte meu coração com suas mãos frágeis
Mais frágil é meu coração
Insista na condição de me dar coragem
Pra navegar nesta imensidão
Menina

Menina respire fundo faça um vendaval
E leve as folhas secas deste quintal
Mas saiba que uma delas será meu corpo
Que leve irá bailando com o temporal

Acabe minha solidão com sua companhia
Assim pede o meu coração
Desista da intenção de me querer no dia
Que eu não te estender mais a mão
Menina

Menina me dê a mão e venha na noite
Na noite negra que é o meu corpo negro
Menina há neste corpo um sangue efervescente
Um sangue que ferveu com o seu desprezo