domingo, 25 de outubro de 2009

~Baobah(Saravá Owens, Hamilton e Obama)-Poema

Alguem xingou Xangô/Ogum não gostou/Oxum não também baixou/Unganda, Ruanda, Luanda/Ser escravo de brancos no Congo?/Saravá quilombos/Zumbi, malês,Ganga/Atabaques, capoeira, samba/Mortos vivos deixam pegadas/Nos ideais raciais da Klu-klux-klan/Mas Jah say no/Jah say no/Que hutis amem os tutis/Não apenas pela cor.
Para os que consomem as sobras dos sobas/Sem deixar angu algum/Yansã também resucitará num amanhã/Malcon,Tutu,Obama,Mandela/Ser coisificado no Valongo/Banzo,kalunga,tumbeiros/Mina,cabinda,benguela/Axé ogãs,yemanjá,babalorixás/Ser negro não é ser nada/A quem não se comungar com todo o clã/Jah say no/Jah say noQue tutis amem os hutis/Apesar de toda dor
Sempre reguem o baobah/Com a benção de todos os orixás/Senegalês nada tem a ver com frances/Bunda africana não balança tango/Axé,oxalá,nagô/Tanques,yanques,Menguelles/Ebó,abatolá,obaluaê/Na Africa os contos de fadas/Dormem nos pântanos de nanan/Que tutis, hutis e os outros se unam/Para recuperar o bangalô - Jorge D'Oliveira(Ganga Zumba) - inédito

sábado, 24 de outubro de 2009

Trabalho Escravo - Part II - continuação

"Ser propriedade(com seu correlativo de sujeição pessoal) constitui o atributo primário do ser escravo. Deste atributo primário decorrem dois atributos derivados: os da perpetuidade e da hereditariedade. O escravo o é por toda a vida e sua condição social se transmite aos filhos"pg 47. Ao contrário das notícias em que estarrecidos tomamos conhecimento de trabalhadores explorados em pleno século XXI, mas sendo localizados e resgatados pelas autoridades policiais brasileiras, na sociedade escravista colonial de nosso país, bem como em suas similares em outras partes das Américas, os tentáculos do poder público não protegiam o escravo, mesmo porque escravo não era cidadão, e como tal, não tinha cidadania, não tinha direitos, tinha apenas deveres impostos por seus donos, seus senhores, seus proprietários . Sobre esse assunto o mesmo Jacob Gorender diz: "Uma das características dos regimes escravistas, sem exceções nacionais, é que confere ao senhor o direito privado de castigar fisicamente o escravo. Nem poderia ser senão direito privado,aplicável no dia-a-dia comum, sem intermediação da autoridade pública, pois, doutra forma, o funcionamento da economia escravista ficaria irremediavelmente emperrada "pg 57 -. BIBLIOGRAFIA:Gorender, Jacob."O Escravismo Colonial"Editora Ática,5 ed.1988.

Trabalho Escravo - Parte II

A escravidão não foi uma invenção das sociedades modernas, desde a antiguidade se tem conhecimento de sociedades que usaram mão de obra escrava em várias escalas, variando bastante de sociedades para sociedades e de época para época, conclui-se que explorar e escravizar é um desvio da sociedade humana onde como no mundo animal, os que se encontram num certo momento mais forte, procuram subjulgar os mais fracos. Porém, uma das muitas espeficidades comum a todas as sociedades escravistas é o fato de o escravo ser uma propriedade, um bem, ou seja, pertencer a outra pessoa, como também inusitadamente, o filho do cativo, ou seja, do escravo também já nascer escravo, e, como tal já passar a fazer parte dos bens do senhor de seus pais. Embora algumas sociedades vissem como escravos os filhos das mães, outras filhos dos pais e outras de ambos, via de regra filhos de escravos ou eram escravos ou na melhor das hipóteses não eram mas carregavam consigo a estigma de ser descendente de escravos, o que socialmente era bastante desfavorável. Jacob Gorender em "O Escravismo Colonial", um excelente trabalho sobre a sociedade escravista que se fez presente durante a época colonial do Brasil e seu modo de produção, vaticina: CONTINUA

MAIO - Poema

Em maio/Faço tudo pra não ter medo/Eu procuro acordar cedo/Me preocupo em durmir tarde/Uso e abuso pra não ser/Covarde
Em maio/Faço de tudo pra não ser lacaio/Procuro não sofrer desmaios/Uso e abuso mas não/Te traio/Busco mais que um treze/ De maio
Em maio/Eu revejo os buracos que cavo/Me deparo com as lutas que travo/Me desvio da brancura dos cravos/Mas recordo que já fui( ? )/ESCRAVO
Em maio/Procuro num retiro o sossego/Para me esconder das pontas/Dos dedos
Só apareço para mostrar/Que sou orgulhosamente/UM NEGRO


Maio -"ABOLIÇÃO E OUTROS POEMAS" - l988
Jorge D'Oliveira (Ganga Zumba)

Sem Anos - Poema

Sem anos/Cem correntes/Cem prisões/Cem medos/Cem capatazes/Para cada negro
Cem anos/Sem ser feliz/Sem ter lugares/Sem ter Zumbis/Sem ter Palmares/Cem anos vulgares
Sem anos/Cem domadores/Cem chicotes/Cem dores/Cem troncos/Para cada banto
Cem anos/Carregando fardos/Como sub-humanos/Fartos/De tantos donos
Sem anos/Cem senhores/Cem castigos/Cem opressores/Cem perigos/Doados pelo inimigo
Cem anos/Sem direitos/Cem deveres/Cem anos/De liberdade relativa
Dando vivas/E levando no anus
Cem anos/Cem amos/Sem anos/Cem nada.

Sem Anos - ABOLIÇÃO E OUTROS POEMAS - l988
Comemoração dos 100(cem sem) anos da Abolição

Fome Negra - Poema

Veja uma criança preta/Fazendo caretas/Comendo a fome/Com fome
Veja uma criança preta/Barriga de corneta/Dor no abdomem/Com fome
Veja uma criança preta/Branca silhueta/Que a muito não come/Com fome
Veja uma criança preta/Leve como borboleta/Virando lobissomem/Com fome
Veja uma criança preta/Fazendo piruetas/Morrendo de fome/Com fome
Veja uma criança preta/Fazendo mutretas/Enganando a fome/Com fome
Veja uma criança preta/Oferecendo a buceta/Se entregano a fome/Com fome
Veja uma criança preta/Desaparecendo do planeta/Ou virando homem/Com fome.

Abolição - poema

Talvez fosse vital me libertar/Abrir em cruz os braços negros/Tentar desesperadamente/Gritar como a fera/Que quase sou. - Quem sabe fosse normal meu caminhar/Devorar léguas com os pés sem medo/Parar abruptamente/Esperar com a espera/ No quase vou.
Talvez fosse igual ao despertar/O apontar acusador do meu dedo/Rosnar - Literalmente/Lutar - À vera/O que passou não passou.
Então era tal qual abominar/A dor vinha com o sol ainda cedo/Pensar acorrentadamente/Senzala me espera/e eu nunca vou.


Abolição - ABOLIÇÃO E OUTROS POEMAS - 1988 - Jorge D'Oliveira(Ganga Zumba)

domingo, 18 de outubro de 2009

Trabalho Escravo

Por diversas vezes tenho lido e ouvido na imprensa escrita e falada sobre grupos de trabalhadores resgatados pelas autoridades policiais em fazendas de diversos locais do interior do
país. Na maioria das vezes, é feita uma descrição bem detalhada da situção em que foram encontrados esses trabalhadores: que passavam fome, viviam em situação insalubre e na maioria dos casos, que não conseguiam se livrar do vínculo empregatício em função de dívidas forjada pelos empregadores. Isso tudo é muito lamentável, é uma situação clássica de exploração da mão de obra desses trabalhadores. Porém, o que me causa estranheza é que estas reportagens normalmente associam esse tipo de trabalho ao trabalho escravo e usam o termo "Situação análoga à escravidão. Eu entendo que isso vem a ser um grande deserviço que nossa imprensa está dando à memória e a História do Brasil. Eu simplesmente me recuso a acreditar que nossos jornalistas não saibam diferenciar uma situação de exploração de mão de obra para uma situação de escravidão como ocorreu em nosso país durante as épocas da colônia e do imperio brasileiro. CONTINUA

domingo, 11 de outubro de 2009

CONTINUANDO, problemas relacionados à saude e educação nunca são prioridades para grandes eventos. Os estrangeiros que aqui virão, não verão doentes em macas nos corredores dos hospitais públicos, nem a falta de professores e a dividosa qualidade de ensino de nossas escolas públicas, reflexo da má preparação dos professores que com um salário de fome não se interessam ou quando isso acontece não tem recursos para melhorar seus conhecimentos. Copa do mundo e Olimpiadas serão como pão e circo, a população vai adorar como adora futebol e carnaval, somos um país simpático, festeiro e hospitaleiro; a população do Rio, e eu me incluo, vibrou como se seu clube de futebol tivesse ganho um jogo, mas e depois? o Brasil pleiteia um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, acredito que um dia consiga, mas e o nosso povo? o que será gasto com segurança e infra-estrutura para "ingles ver" poderia ser direcionado para os mais necessitados. AGUARDEM, o secretário de Ordem Pública, nosso Felinto Muller, terá muito trabalho para esconder indigentes que já não tem direito de ir e vir e também não terão direito de ficar onde querem. Os abulantes que se preparem porque o mercado de trabalho não tem como absrve-los.

sábado, 10 de outubro de 2009

NÃO SOU DO CONTRA mas concordo com o jornalista Juca Kfouri que disse na Rádio CBN um dia antes do resultado na Dinamarca que honrou a cidade do RJ como sede das Olimpíadas de 2016, que não torcia para a nossa cidade maravilhosa porque dentre outros motivos,um deles era de que o Brasil não tinha uma política esportiva, mas que se o Rio ganhasse torceria para o seu sucesso, mas que estaria sempre cobrando, como felizmente é do seu estilo.
De minha parte, além de concordar em genero, numero e grau com o meu admirado jornalista, acrescento que eu espero que a Oimpiada de 2016 no Rio de Janeiro,além de trazer benefícios permanentes em infra-estrutura, já que sabemos que a questão da segurança terá prioridade apenas no momento dos jogos, para estrangeio ver, temo muito pelas áreas de Educação e Saude, já bastante debilitadas e que terão sem dúvida os seus recursos já ignorados, direcionadfos para as áreas de transporte e segurança que passarão a ter mais prioridade para encantar os olhos dos que aqui virão. CONTINUA