domingo, 15 de agosto de 2010

ESGOTOS - Poema

Os esgostos são sinistros
Não estão aí para serem vistos
Tampas de esgotos são como grades de prisões
Entrar em esgotos é como cair em alçapões
Não é dificil alcançar as profundezas
Atingir fins e abismos através de suasa trilhas
Mas devido aos perigos e certas incertezas
Ninguem imagina um turismo
Por entre os lodos escrotos que enfeitam as manilhas
Mas existe algo de fantástico
Um certo sabor de aventura
Travessuras de garotos marotos
Que nem sentem o mau cheiro e não ouvem os arrotos
Que brotam dos canos dos esgotos

Os esgotos são esquesitos
Vielas de canos infinitos
O interior dos esgotos é uma grande confusão
Entrar pelos esgotos é como invadir uma nação
Iniciar uma dura peregrinação
Levando surras e sofrendo humilhações
Em prolongados estupros anais, desgostos
Algo a ver com os azares de agosto
Convivendo com ratazanas e outros czares dos esgotos
Descubrindo nas fossas de merda das cidades
As ambiguidades de nossas personalidades
Mas ao se lançar com a ousadia dos pilotos
Voce pode se chocar no fundo das galerias escuras
E ter que enfrentar as criaturas dos esgostos

Os esgotos são malditos
Absolvem o sangue escondido dos delitos
Quem olha os esgotos sente canceira na visão
Pisar descalço em esgotos é uma uma estranha sensação
Mas não se preocupe em fazer um relato
Os muitos dialetos dos esgotos não tem nenhuma tradução
Apenas tome cuidado com as chuvas que inundam os esgotos
Todos sabem que os esgotos são escrotos
Ignore os fatos, lendas de esgotos não tem tradição
Mas evite entrar pelas curvas que circundam os esgotos
E não deixe seus sapatos em posição como os que apodrecem nos esgotos
Para não despertar os ratos e os seres nefastos
Os exércitos dos esgotos querem uma revolução

Esgotos são como os conflitos
Que abafam gritos dentro de peitos aflitos
Para entrar nos esgotos não há qualquer proibição
Mas para sair dos esgostos há que se cumprir uma missão
Deixe toda a sua inibição com seus objetos de estimação
Ao assumir o seu posto
E lutar contra os insetos e outros estranhos objetos
Que se escondem nos esgotos
Mas esgostos não são nada
São apenas crateras nuas entre ruas e calçadas
Porém, há crianças nos esgotos lutando pela sobrevivência
Há liderança nos esgotos que querem sobreviver
Lutam para sobrevivência e pela independência
Temos que traduzir esta agonia, a miséria
Cada vez mais séria no nosso dia-a-dia
Já que não dá para explodir todas as galerias
Apagar essa agonia, amargura, desgosto
O surrealismo estampado no rosto
Das criaturas de nossos esgotos

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