domingo, 22 de agosto de 2010

Esquinas Suburbanas - POEMA

Numa esquina suburbana jaz
Mais "Restos Motais" da raça humana
Sacrificados sem socorro nem ajuda
Como Judas
Na sombra de um poste sem luz
Como a cruz de Jesus
A violência latente
Silencia os ultimos sobreviventes

As esquinasnão são mais pontos parágrafos
São palcos de desfiles pornográficos
Onde brilham velas vacilantes
Nas encruzilhadas sem semáfaros
A todo instante
Gangs sujam de sangue as calçadas
E decretam o fim dos botequins
Onde os bêbados eram todos poliglotas
Contadores e inventores de anedotas

As esquinas hoje são pontos de encontros
Dos vadios e dos bandos de malandros
Corsários do cotidiano
É por onde passam os otários suburbanos
Com seus trajes de gala
Que são coletes a prova de bala
E o tragicamente típico
Que é cada um calar seu bico

Durante a noite
As esquinas apresentam um mistério
Que aumenta a população dos cemitérios
É onde normalmente surgem corpos
Ou qualquer outro sinônimo
Para mortos anônimos
Que só trazem como marcas
O furo das balas das matracas

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