domingo, 3 de outubro de 2010

NÓS, OS MISERÁVEIS - Poema

Somos um grande contigente
Mendigos, bandidos, pigentes
O mundo não se orgulha da gente
Mesmo assim sonhamos com vitórias
Na luta contra a caça predatória

Não imploramos a elite
Nenhuma ajuda aleatória
Mas já cansamos de viver
A mesma versão da mesma história
Ver a gente da gente
Implorando pelo pão
Sentir o sangue da gente
Em permanente ebolição
Chorar o sangue da gente
Derramado pelo chão

Somos mártires
Porque mártir também é quem parti
Sem querer partir
Sentir vontade de chorar
Mas ter que sorrir

Sabemos que somos seres sobresalentes
Doentes, dependentes, mas intransigentes
Vistos como alienígenas,alienados, diferentes
E que sempre haverá regentes
Tentando ditar nossos rumos
Espremer nosso suor
Sugar nosso sumo

Sabemos que somos carentes
Explorados, mas sobreviventes
Disputamos os melhores lugares entre os indigentes
Para com nossos tutores mais exigentes
Somos intransigentes
E inteligente o suficiente
Para saber
Que eles pensam
Que a gente não é gente

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