sábado, 14 de novembro de 2009

Durante os Pesadelos - Poemma

Durmo
Os olhos fechados iluminam uma escuridão repentina
Clareando porões
Então misturam-se alçapões, algemas, grilhões
Com ferros de grades de prisões
E sequências de roncos de trovões
O corpo afunda nas profundezas dos sonhos
Enquanto a alma acordada
Vaga acorrentada e sonolenta pela madrugada
Pesadelos refletem tormentos da vida real
A morte sempre surge de repente
Sorrateira,traiçoeira,serpente
Sinto-a cada vez mais perto
Então liberto um berro
Abalo dormentes de ferro
Onde estou que não desperto?
Algo estranho vem na minha direção
O tamanho é de uma composição
Que desliza na contra-mão da estrada de ferro
Todos os trens tem um olhar radioativo
Mas para onde foram os meus filhos?
Mesmo fora dos trilhos
Eles me parecem tão inofensivos
Perco o rumo
Com passos apressados
Tento inultimente escapar do meu passado
Garimpando entre os sonhos e as ilusões
Encontro barrufadas de dragões,incendiando monstros
Derretendo arpões, assustando assombrações
Ignoro os mils estrondos de canhões
O corpo então está vazio na cama desfeita
Mas alma em transe o rejeita
Não aceita incorporar
O consciente não acorda/A imaginação abre livros
O sub-consciente transborda/A aflição é livre
Caçadores apontam seus rifles/Me fuzilam com seus olhares de patifes
Lobos orquestram as noites com seus uivos/Ao meu redor tudo é dilúvio
De repente a escuridão é invadida por um brilho
Que nasce na fonte dos olhos dos meus filhos
Eu até acho que eles ainda estão vivos
Só que os trilhos estão cheios de explosivos

Jorge D'Oliveira(Ganga Zumba) TEIAS -1991

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