sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Maldita Dura(Para Rubens Paiva) - Poema

Não era pelo temor das espingardas/Nem da fúria tarada dos guardas/Não era mais por temer o assassino//Nem para tentar melhorar seu destino/Já não havia o medo do escuro/Nem o de ter que caminhar para o muro.
_Havia coisas não ditas nas missas
_Corpos virando carniças
Já não assustava o tocar das cornetas/Nem os soldados e suas baionetas/Não era mais reclamar por dinheiro/Nem muito menos temer bandoleiros/Já não havia comida nas mesas/Não havia carne, feijão, ou sobremesas.
_Havia coisas de disparar o coração
_Corpos jogados no chão
Não era pelo temor das batalhas/Nem dos cortes de facas ou navalhas/Já não se falava em melhores salários/Não se chamava ninguem de arbitrário/Já não havia nenhuma ambição/Só atenção para evitar a traição.
_Havia coisas de dar calafrios
_Corpos em terrenos baldios
Não mais se ligava a agonia/Não mais se ligava aos agouros/Não mais se sentia alegria/Não mais se ambicionava o ouro/Não mais se explodia o arsenal/Não mais se temia o exílio/Não mais se respeitava o animal//Não mais se pedia auxílio/Não mais se temia s granadas/Não mais se temia mais nada.
_Já não havia o temor das agulhas
_Fogos,estopins ou fagulhas
_Havia corpos jogados no lixo
_E outros comidos por bichos
_Havia corpos tirados das camas
_Nus, de cuecas ou pijamas
_Havia corpos de gentes sumindo
_O que aínda hoje está existindo
_Havia sangue tal qual vinho tinto
_E um respeitar ser humano exinto

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